A Canalys divulgou a sua análise trimestral do mercado de smartphones em África e parece promissora em comparação com outras regiões do mundo. Entre julho e setembro de 2023, o continente registou 17.9 milhões de remessas totais de smartphones, o que representa 12% a mais que no mesmo período do ano passado.
A Transsion, empresa por detrás de marcas como Tecno, Infinix e iTel, manteve-se como líder indiscutível, com uma quota de mercado de 48%, quase o dobro da segunda maior empresa, a Samsung.
A região demonstrou uma forte resiliência da oferta e da procura, em contraste com os desafios macroeconómicos que estes produtores enfrentam. A África do Sul, por exemplo, registou um crescimento de 20%, apesar da rápida desvalorização monetária.
Os clientes queriam dispositivos de gama média com ecrãs grandes e baterias para os manter entretidos durante cortes de energia, disse Manish Pravinkumar, consultor sénior da Canalys. Nigéria e Egito também registraram aumento nas vendas de smartphones básicos, onde a Xiaomi priorizou as vendas das variantes Redmi Note 12 4G, Redmi 12 e Redmi 12C.
O Egipto, por exemplo, enfrentava uma grave escassez de moeda para pagar os seus bens importados, incluindo smartphones, após a guerra na Ucrânia e a saída dos investimentos indirectos. Agora, as restrições às importações foram levantadas e o país registou um aumento de 19% no crescimento dos smartphones.
Embora Transsion, Xiaomi e Realme tenham trabalhado para promover seus dispositivos acessíveis, a Samsung seguiu em outra direção. A empresa manteve as vendas da série Galaxy A para manter os volumes elevados, mas decidiu promover dispositivos dobráveis para se posicionar favoravelmente no segmento premium, que não é tão popular em África.
Canalys revelou que a estratégia da Huawei na região era trabalhar com fornecedores locais de software. Desta forma, pode melhorar a usabilidade dos serviços móveis da Huawei, colmatando a falta de GMS nos seus dispositivos Android.
O crescimento em África não é um fenómeno isolado, revelou Canalys. No entanto, espera-se que a procura abrande e o crescimento em 2024 será limitado a uma percentagem de um dígito.
Países de todo o continente estão a adoptar cada vez mais smartphones. No entanto, ainda existem obstáculos, como a desvalorização da moeda, os impostos de importação e as iniciativas governamentais para promover os produtos locais, que levam ao aumento dos custos e preços dos bens importados, como os smartphones.
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